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segunda-feira, 12 de julho de 2010

O silêncio da Águia

O silêncio da Águia


Jony Reys



    O silêncio tem um preço que só a paciência é capaz de compreender.
 A águia não grasna ao espreitar seu alimento. 
    Estamos em tempo de passagem silencial. 
    As flores do campo já não são as mesmas e as abelhas não trabalham como antes, toda a gente sofre a falta do mel. 
    Enquanto a terra sente, corvos sobrevoam o corpo enfermo e as hienas, essas investem insanas no espólio que é de toda floresta.
    A Águia, do alto da montanha, observa os incautos se dilacerarem numa disputa sem honra, sem ideais, sem lucidez, sem lealdade. 
    O povo da floresta, híbrido, assiste a batalha passivamente, sem atitude, não sabendo que enquanto não caírem todas as árvores, enquanto não lhes esgotarem todas as riquezas, os vorazes competidores não a deixarão em paz. 
    Sobrarão as migalhas, e essas deverão contemplar a vitória da horda faminta, ante o mandrião povo que lhes serve.  
    Sábia a Águia, que não participa da festa luxuriante, e desce à floresta apenas para alimentar-se.
    Dias de pesares virão.

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