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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Às Sombras do Ocaso

Às Sombras do Ocaso

Jony Reys


Das belezas que mais me fascinam nesta vida, está o pôr do sol.
E é lá, no morro que margeia a Cidade, que enebriado com o espetáculo, aprecio o negrume da noite a esconder o verde das árvores até tomar-lhes toda luz que reflete do sol. Assim, na virada da tarde, os pensamentos vagueiam e formam o meu dia que vem. E, as  sombras do ocaso me levam de volta ao passado, tempos de menino que corria às ruas descalçadas da velha vila, para ir ao rio, e junto a ele, nesse momento de cair da tarde, jogar o baba no campo do Palmeiras. 
Tempos que não voltam mais: nem poderiam. Fora embora a amizade ingênua daqueles tempos... Hoje em dia todos somos políticos.
O nosso rio já não serve mais para o banho e sua água hoje cara é tratada quimicamente para que possamos degustá-la... Já não nos pertence.
Fora o tempo em que as ingazeiras nos dava um fruto delicioso e era o lanche preferido ao relaxar das pelejas intensamente disputadas entre os times de Djalma de Narinha e João de Clarindo "in memorium".
Há muito Busiguin já morrera e não deixara descendentes entre os jegues, para carregar as compras vindas da "Bahia" pelo Devagar e Sempre.
Os viveiros do Dr. Jaime já não dão mais as curimãs, no rescaldo da pescaria.
Quem não lembra das salinas, o povo não comprava o sal iodado que hoje ocupa nossa cozinha e ajuda na hipertensão. 
É... a Saubara de velhos tempos em que quando não se tinha o que comer, o bacalhau era a saída pra mesa, hoje gourmet e chique.
De repente, ao posar o olhar ao longe,  a noite já ganhara vida nos montes perenes e a Serra do São Francisco se esconde no manto negro de mais um dia de sombras e ocaso e as imagens do passado vertem ao presente não tão romântico.

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