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domingo, 6 de janeiro de 2013

O Cassino


O CASSINO
João Carlos

Estava a ler Jorge Luis Borges, e seu saudosismo... Que juvenil. O tempo em que não precisava de passaporte pra cruzar o mundo, que, sempre em guerra, preservava valores mais profícuos.
O mundo virou um Cassino afinal, eis a constatação. Os valores foram ficando para trás, subsistem apenas como moeda de opressão pra manter subjugado os fiéis carregadores de piano – o povo. Falo do valor humanístico, natural. Mas, o que importa afinal? O povo, este vive ao labor da tecnologia, embebecido pelo consumismo e embalado pelas novelas fantasistas do horário nobre. Isto basta. A revelação da consciência ainda não está por vir, e o pior, parece recrudescer numa nova era das trevas. O iluminismo se opaca, e os pensantes não veem saída. Nada de muito revolucionário depois de Marx, seu panteão, com a devida vênia, permanece referência para adulações e adorações, golpes e revoluções, teorias e maldições.
O cassino em que vivemos, tem em seu jogo, tudo valer... tudo se corrompe. A liberdade não passa de uma transação verborrágica que ilude e condena, aliás, como todas as bandeiras libertárias, foi engambelada por uma burguesia sempre inovada ao domínio, a manutenção do status quo, a ressurreição continuada do capitalismo. E neste cassino, lutamos em várias frentes: para despertar da ilusão das facilidades, para iluminar nossas mentes em desuso e fatigadas de publicidade do consumo, para recuperar a essencialidade da vida... a natureza, para amar mais do que comprar, do que vender, para ser mais do que ter. Para viver mais do que crescer, do que ser barão, ser rei, ou mesmo dono do pedaço, de vidas cada vez mais sem valor.