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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cartas Diurnas I

Cartas Diurnas I
Jony Reys


Poemas ocultos. Um vai e vem que se desnuda ante a calmaria do lugar. Gritos emudecidos de êxtase e torpor , alternados, fagulhas entrelaçadas de ilusões e desilusões, vicissitudes de um passado que insiste em não passar. A natureza tímida, parece em harmonia com o letrante, que, em palavras vazias, desconexas, busca ruborizar seus pálidos sentimentos, em instante de impaciente agonia. A taça, agora sem vinho, reflete a face imprecisa. A busca vocabular devaneia ao ronco de trovões e raios dispersos. A terra parece viva, em contraste com a morbidez evanescente de um louco, enfermo, em momentos de lucidez.  A música forte de sambas-protestos, de escolas transversais, luxuriantes, exalam fantasia há ouvidos surdos, entendiados, empobrecidos em imaginações vis. Vulgares de uma vida indefinida. O sol indeciso, reluta em emanar calor, reclames da humanidade hesitante. As falas, longínquas, discorrem corriqueiras, vagas, hilárias, expressivas, voláteis, fúteis, alegres, amargas... nenhuma importante. Em seu giro latitudinal, o homem, não sai do lugar. Inspira-se inválido. A  propensão à ira, enriquece o domínio do mal, e o tempo entristece. Na passagem da aragem matinal a realidade se impõe a elos frágeis dicotômicos de uma idade recalcitrante. Entre o factual e o inquieto cala-se à algazarra interior, vencido pelo destino indiferente.