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quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Casa de Palha

Jony Reys
A casa de taipa, teto de palha.
Ao lado a muringa pra matar a sede.
No caneco o resto de pinga.
Na pingueira... a chuva que nunca caía.
No distante céu... uma lua que não podia amar.
No coração um amor ditoso... apenas em fantasia.
Na parede um lampião... em crepúsculo.
No canto um purrão encardido... que há muito não via água.
A porta... em fendas... via-se o horizonte vazio... sem vida.
A janela... de saco de alinhás ... tornava sombria a casa de sala só.
Nas idéias... passagens da vida ida.
A celestina não tinha mais brilho de moça.
O bule a espera do café que não via há muito,
Descansava longínquo em banca de três pernas.
No corpo um lençol outrora branco,
Cobria a tez em rugas... envelhecida.
A cama, em chão batido, uma dor arraigada.
No tempo um passado que não passou,
No peito, uma esperança que nunca sentiu...
... um mundo que o mundo nunca olhou.