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domingo, 24 de abril de 2011

O Baile de Aleluia


O Baile da Aleluia

Jony Reys



Tenho ficado longe da noite do lugar. 
Ao baile, fui compelido a ir... Na companhia de um amigo intelectual, passamos a noite a divagar sobre a vida, a política, as incertezas do futuro. 
Sobre o show não gostei do cover, por isso mesmo não me liguei no nome... 
O momento de arte ficou com o anfitrião, um grande cantor popular ainda sem celebridade. 
O salão nunca esteve tão bem produzido, ressalva, a estratificação hilariante da suntuosa elite das mesas... não havia alegria naquelas faces. 
No salão, ao contrário, dançarinos bailavam num ir e vir arrochado, mostravam felicidade. 
As conversas, diferentemente da área reservada, fluíam com o motivar alcoólico de sensações duvidosas. 
As indumentárias variavam conforme a ala e as moças balzaquianas desfilavam leves de lá pra cá. 
Faltavam os pós-infância, o preço talvez fosse de influência distintiva. No ambiente, políticos a articular, sem muita audiência. 
Moças solteiras dançavam em pares... e, as casadas, sem rumo, faziam um triste solo em espaços vazios; Sorrisos forçados, buscavam alguma diversão. 
As mulheres eram a maioria. 
O tempo corria livre e entre papos lúdicos e picantes, um grupo exibia frugal simpatia. 
O anfitrião, trajado a rigor corria o largo, distribuindo amável, votos de agradecimento. 
A paz se fazia reforçada, homens treinados desfilavam com rádios de comunicação, em transparente segurança. 
O bar... bem... o bar não abrigava ébrios de outrora, insistentes em "furar" um copo de cerveja... não se via os "simidão"; Convidados agradecidos. 
Hora avançada, o baile termina lento... Cansados, articuladores decaídos sobram só nas mesas vazias... e os dançantes, esses, retiram-se aos poucos para o descanso madrugal, velados na exigência de corpos fadigados.
O artista, entre a êxtase do sucesso e a fatiga da noite, mira largado o instante crepuscular

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Retorno

O Retorno

Jony Reys



Enfim o retorno... A vida, ah! esta por certo não voltará ao normal... a face sofrida, as tormentas passadas, o temperamento controlado, mas nem tanto: apenas disfarces... Remete a decisões por necessidade, pensadas, sem garantia de precisão. As vãs tentativas de sanidade gestora esbarram sempre no infortúnio de administrar o Poder. Que rios terá que navegar, para não se afastar do rumo sonhado? A vida parece renovada, mas, as incertezas cotidianas parecem às cegas e o "mar não está pra peixe" diziam os mais velhos. A crise oriunda do desarranjo institucional embolou o "meio de campo" e a partida aparenta começar do zero, tantos são os jogadores que se lançam ao Duelo. O velho sábio poderia ajudar, pois nem sempre na prata da casa encontramos o melhor artilheiro, e a recompensa poderá vir sempre de onde não se espera.
As noites, que penetram sempre em pensamentos sombrios e devaneios ilógicos, ajudam e atrapalham, não dá todas as respostas, e para o jogo de xadrez, parecem faltar pedras e o rei não encontra seu bispo para dar o xeque mate. O tempo aparece nublado, e tempestades não são de fácil presciência. O jogador se faz bravo e parte para a nova peleja convicto da vitória, entretanto, carece de confiar no novo, no desconhecido, no incontrolável, para poder despertar triunfante e permanente, numa história que pode apenas estar começando, ou, de outra forma, firmando seu crepúsculo sem final promissor.