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domingo, 7 de novembro de 2010

A Ilha e a Estrela


A Ilha e a Estrela
Jony Reys



Há muito não escrevo neste espaço. Nesse meio tempo, de reflexões, viajei em terras desconhecidas apesar de tão próximas. Num momento de meditação onde a paz universal repousa como uma pedra no leito do rio observo à minha frente, uma ilha... um lugar edênico. Havia prometido uma via láctea para uma estrela e tudo começava naquela ilha. Banhada rio acima, hora doce, hora salgada, impressionava pelo enredo imaginário. Quem viveu alí há 2.000, 3.000.000 de anos? O que fazia? Indagações fictícias de espaço e de tempo para laurear a estrela, envolvê-la no meu sentido, mas, cadente, desapareceria entre o céu e o mar em algum momento da minha solidão. E a ilha? quantos se foram e quantos estarão por ir, desde sua formação à sua submersão? Que histórias teria pra contar? O mar em viração neste momento absorvia o doce do rio tragando seu destino e impondo sua salinidade. O vento, que lhe trazia ondas em fúria, as fazia banhar forte o mangue marginal. Em volta a fantasias, buscava no quebrar da maré a estrela distante, fugidia. Quantas linhas do tempo precisaria correr a estrela para alcançar a beleza de um sonho? Quantas terras teria que beijar, para se inebriar consorte com seu poeta? as interrogações em falhas se sucedem num olhar distante que visa encantar a serpente marinha que por uma vida ladeou a ilha, na ilusão de um pensador errante que em retiro interior invade a sazão melancólica de uma era que se finda.