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sábado, 14 de agosto de 2010

A Deusa Acorrentada

A Deusa Acorrentada


Jony Reys


Estava a ler a mitologia grega e a história de Andrômeda, acorrentada para sacrifício da vaidade divina e de Cassiopéia, decantada pela sua arrogância, me chamou a atenção. 
Fiquei a matutar sobre os horrores que se sucedem nas manchetes em relação às mulheres: mães, filhas, esposas, namoradas, amantes, etc... a violência que não é apenas física, mas também e principalmente psicológica.
Não se ceifa apenas a vida de uma mulher mutilando-a ou assassinando-a, ceifa-se também a vida de uma mulher quando se usa grilhões e terrores psíquicos para acorrentá-la a preceitos e preconceitos, pelo tênue,  sombrio e covarde ciúme, pelo egoísmo de quem não sabe alimentar a felicidade de alguém que se divide a caminhada da vida. 
Andrômeda foi salva pelo heroísmo de Perseu... E as mulheres que não têm um "herói" para salvá-las? que têm um pai como Ceceu que a ofereceu em sacrifício para salvar o reino ou uma mãe como Cassiopéia que pela vaidade, a manteve virgem e imaculada para que não a superasse em beleza? Ou um marido que a "acorrenta" para a "preservar" do mundo, numa tradição absolutista e  machista? Mitologia a parte, é necessário ainda, nos dias de hoje, que um Amor semideus, arrebate das correntes da beatice e da insanidade as Deusas que dão vida a raça humana, visto que não cabe a Liberdade conquistada o cativeiro insensato e doentio imposto ao sexo do amor, do lirismo, do companheirismo, da sagacidade, da alegria, do prazer, da inteligência, da coragem, da fertilidade. A natureza mais do que nunca precisa da Grande-Mãe.