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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os Ossos não têm Máscaras

Os Ossos não têm Máscaras

Jony Reys

Nada mais puro que um esqueleto, ou noutra via, um osso... apenas um osso: 
Não fede, nem cheira, não é belo e com um pouco de boa vontade nem é feio, assim deveria ser a humanidade. 
Despojado da vaidade ao certo carregaria menos o fardo da vida na terra... ou em qualquer outro lugar.
Imagino uma coleção de ossos, de todas as matizes, seguem um desenho natural, arquitetônico.
Imagino os ossos de cada ave, de cada réptil, não imagino os humanos: são grosseiros, sem arte.
Penso sempre e quanto mais perto de meus pensamentos, mais longe fico da humanidade.
E os ossos? 
E as máscaras? 
Os ossos são as linhas, o traçado, a base.
As máscaras são a textura, as cores que desbotam ao tempo, a carne que perece e se transforma ao longo da existência, com brilho decadente... rugas existenciais. 
Nos esqueletos... somos todos iguais. 
Não deveria ser este o princípio? 
A máxima dos ossos: a igualdade... o começo pelo fim. 
O singular sem a violência. 
Um dino por exemplo, um tiranorex... a beleza inofensiva de sua carcaça... a perfeição de seus dentes, sem a ferocidade determinada pelo desejo e necessidade da carne. 
Enfim; 
Quando somos apenas ossos, estamos mais próximos de ser humanos.