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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A rua, a consciência e o velho

A rua, a consciência e o velho
Jony Reys

Nada mais mágico que o anoitecer... 
Um turbilhão ilusório de idéias planam no céu do sonhador
Enquanto que, a noite, sorrateira, enegrece o verde serrano, e
Deita o manto "brisaico" sobre a Ágora vazia. 
O incauto, observador, introspecta...
Viaja profundo no mar da filosofia. 
Via de regra, a rua nua, aguarda ao sabor do redemoinho
Uma tempestade que não vai chegar. 
O pseudo pensador imagina-se revolucionário...
Uma força bélica
Para, de alguma forma, a transformar a vida da consciência infantil comunal...
E na rua, na única rua, onde aos domingos uma feirinha
Permite-se invadida de leguminosas e bugigangas
A alterar a vida pacata do lugar.
A caricatura comunista embarca num devaneio insurrecional...
Vetustos "camponas" se rebelarão e farão greve no domingo...
Empunharão foices e enxadas...
Marcharão ante opressores vaidosos: 
Do calça-curta valente ao inspetor de rendas mesquinho...
Do clérigo obeso ao pastor avarento...
Do turco esperto ao vendeiro que engordava as notas. 
Ahhh, dá um breque...
Que revolução que nada,
Volta-se ao real...
Esses "camponas" de merda não têm consciência ideológica...
Não se reconhecem oprimidos da classe campesina... 
Que revolução será essa? Nunca arma...
Sempre desconstruída embrionária do ideário pueril do velho militante...
Digressivo rua acima, meio a doutrina que o cativa e o devora
Segue demente... Meio que sem razão
Caminhando em soluções a tempo perdidas.

domingo, 7 de novembro de 2010

A Ilha e a Estrela


A Ilha e a Estrela
Jony Reys



Há muito não escrevo neste espaço. Nesse meio tempo, de reflexões, viajei em terras desconhecidas apesar de tão próximas. Num momento de meditação onde a paz universal repousa como uma pedra no leito do rio observo à minha frente, uma ilha... um lugar edênico. Havia prometido uma via láctea para uma estrela e tudo começava naquela ilha. Banhada rio acima, hora doce, hora salgada, impressionava pelo enredo imaginário. Quem viveu alí há 2.000, 3.000.000 de anos? O que fazia? Indagações fictícias de espaço e de tempo para laurear a estrela, envolvê-la no meu sentido, mas, cadente, desapareceria entre o céu e o mar em algum momento da minha solidão. E a ilha? quantos se foram e quantos estarão por ir, desde sua formação à sua submersão? Que histórias teria pra contar? O mar em viração neste momento absorvia o doce do rio tragando seu destino e impondo sua salinidade. O vento, que lhe trazia ondas em fúria, as fazia banhar forte o mangue marginal. Em volta a fantasias, buscava no quebrar da maré a estrela distante, fugidia. Quantas linhas do tempo precisaria correr a estrela para alcançar a beleza de um sonho? Quantas terras teria que beijar, para se inebriar consorte com seu poeta? as interrogações em falhas se sucedem num olhar distante que visa encantar a serpente marinha que por uma vida ladeou a ilha, na ilusão de um pensador errante que em retiro interior invade a sazão melancólica de uma era que se finda.