Falsa Identidade

Foram-se mais de trezentos anos. Numa outra língua: Passaram-se três séculos pois, e o medo do desconhecido, a escravidão e a luta pela liberdade ainda permeiam os nobres guerreiros. Mas, não é que vem um Inhô, colocado lá para lutar, e não diz nada...Há, mais falou sim...Falou da tal contrapartida, que, para falar com o povo de lá, têm-se que dar. E então, vai-se a catar cinco quilos de bebefumo, ou lascar as mãos em cinco cordas de caranguejo, para poder gritar em um minuto ao orelhão o sentimento de tanto tempo assim...Para poder dar a notícia de morte anunciada: Nosso irmão foi morto pelos homi...Que é isso Inhô? Não dá para entender a linguagem que sai da mesma cor, não dá para ouvir as palavras que nada dizem.
E a coruja que ainda canta nos quintais, e amedronta, não traduz o lamento de toda a nação que sangra há séculos nestas terras de meu Deus, que agora não é mais.
Que é isso Inhô? Essas terras não são de ninguém, são de Deus, são da nação...cuidada, cultivada e preservada a mais de três séculos pois, e faltam recursos para afirmar que é da nação?
Vieste apenas para saborear da cultura, disfarçar vossa ignorância, aparecer aos céus?
Falsa identidade te protege e enaltece...pois cá Inhô...não existe proteção alguma...Só São Francisco para vos salvar da cobiça e da injustiça, que, por falta de sensatez e verdade, persistirá.